CASA CAMPO BAIÃO

TIPO

Residencial

LOCALIZAÇÃO

Baião

ANO

2024

ÁREA DE CONSTRUÇÃO

97.000 m²

ESTADO

Em construção

A reabilitação de dois edifícios adjacentes transforma antigos moinhos em novos chalés, preservando elementos históricos com uma área de spa.

A raiz do projecto.

A reabilitação de dois edifícios contíguos na aldeia rural da Lavandeira, em Ancede — Baião, tem como propósito transformar dois antigos moinhos numa unidade de alojamento singular. Os dois volumes, ambos com dois pisos e implantados frente ao rio Óvil, encontravam-se em avançado estado de degradação. A estratégia do cliente passou pela sua recuperação integral, integrando-os no conjunto turístico como uma entidade autónoma, distinta das restantes construções.

A abordagem desenvolveu-se a partir da criação de um organismo independente, onde um dos edifícios seria mantido como espaço habitacional — o coração do conjunto — e o outro assumiria a função complementar de um spa íntimo. Ambos se articulam através de uma passagem exterior protegida por um muro em alvenaria de pedra, inspirado na estrutura pré-existente, e por um alpendre em betão.

 

No volume principal foi concebida uma unidade residencial composta por sala de estar, kitchenette, instala­ções sanitárias e uma master suite com vista privilegiada para o rio. O volume secundário funciona inteiramente como área de bem-estar, equipado com piscina interior e sistema de climatização personalizado.

Para além da criação de uma experiência de habitar verdadeiramente diferenciada, procurou-se estabelecer uma nova “comunicação visual” entre espaços e volumes — algo que antes não existia e que, pela forma como o conjunto funciona, se tornou essencial.

 

A distribuição funcional é clara: no piso superior localizam-se os espaços privados; no piso térreo, as áreas comuns. O primeiro piso integra o quarto com zona de banho em open space, enquanto a kitchenette e a sala de estar ficam voltadas a poente, articulando-se como elo entre o íntimo e o social. No piso inferior encontra-se uma área chill-out versátil, apta a múltiplas utilizações.

Os muros de pedra foram preservados, respeitando a sua lógica original, e a cobertura será realizada com materiais da região. Após o reforço das fundações, será erguida uma nova superestrutura em betão e aço, reinterpretando discretamente o perfil dos antigos bungalows. A intervenção assume uma linguagem arquitectónica capaz de reconciliar o passado com o presente, reforçando a distinção entre ambos sem perder o equilíbrio essencial.

CRÉDITO DAS FOTOS
Imagens 3D

Entre a rugosidade da pedra antiga e a serenidade da água que passa, estes dois volumes renascem como se despertassem de um longo silêncio. São fragmentos de memória rural que se abrem ao futuro, dialogando com o território através da luz, do som do rio, do tacto frio das paredes que guardam histórias.

É uma arquitectura que não se impõe — acontece. Como a luz que se deita sobre a superfície da água. Como o rumor do vento que toca as folhas e depois desaparece.
Uma arquitectura que acolhe quem chega e devolve uma nova forma de respirar o lugar.

O rigor como linguagem.
A luz como matéria.
A forma como verdade.
A arquitectura... como propósito.
Transforme intenção em arquitectura.